sábado, 14 de junho de 2014

Dalbergia subcymosa - Verônica

Dalbergia subcymosa - Verônica

  • Há uma crescente preocupação em nível mundial, com o problema de extinção das espécies da fauna e flora. Essa preocupação deve atingir, sobremaneira, aos brasileiros, pois esse fenômeno ocorre com bastante freqüência. 
Os esforços, até certo ponto isolados, administrados por algumas instituições no sentido de defender o patrimônio genético do país, que ainda estão desconhecidas e a demonstração de eixos com espécies vegetais nativas é crescente. As dificuldades encontradas para uma avaliação precisa sobre o nível de perda de espécies são muito grandes no Amapá. 
  • Mesmo assim, as listas de espécies ameaçadas e/ou extintas estão longe alcançar os objetivos desejados. O olhar acadêmico, a respeito do conhecimento que estas populações detêm sobre plantas e seus usos, tem crescido, após a constatação de que a base empírica desenvolvida por elas ao longo de séculos pode, em muitos casos, ter uma comprovação científica, que habilitaria a extensão destes usos à sociedade industrializada.
A utilização de chás (infusão e/ou decocção), de plantas frescas e/ou seca, é vista por alguns pesquisadores da área de forma errônea, pois são preparados em tempo que cada usuário conhece, porém, através deste trabalho, tenta-se dar esses esclarecimentos quanto às praticas herdadas e sobre grande importância científica. 
  • E também sobre males irreversíveis provocado ao organismo com preparações dos chás em vasilha de alumínio, pois o seu preparo deve ser em vasilha de louça ou vidro e o tempo de preparo que não deve ultrapassar 6 (seis) horas, onde perde-se todos os metabólicos secundários proveniente da planta e que assim não ocorrerá ação desejada no organismo (ACCORS, 2000). 
O paper se enredará por questões como o uso da plantas medicinais na história, o saber popular amapaense e as políticas nacionais das plantas medicinais e por fim abordara sobre saber popular, classificação de plantas medicinais para prevenção de "doenças de mulher". 
  • A Fitoterapia, dada a sua capacidade de transformar e imprimir um saldo positivo quanto aos aspectos sócio-político-econômicos, constitui-se uma valiosa opção para todos na América Latina, notadamente para o Brasil. "Fitoterapia nasceu com a humanidade. Podem ser citados ilustres personagens da História que contribuíram para impulsionar a Fitoterapia. Por exemplo: Hipócrates, ilustre médico grego, que aconselhava medicamentos vegetais, Cho-Chinkei, o pai da medicina chinesa, Avicena, o pai da medicina árabe; Galeno, pai da farmácia; o romano Dioscórides" (LEÃO et al., 1993).
Na Grécia Antiga, os médicos acreditavam que a saúde resultava de um equilíbrio de forças naturais por isso adotavam plantas medicinais em seus tratamentos. As sociedades judaicas e mais tarde cristãs, para as quais as doenças eram consideradas um castigo divino, também adotava a fitoterapia.
  • No século XVI, a medicina era muito diferente do que é hoje em dia. Médicos que também chamavam físicos estudavam-se pelos livros de filósofos muito antigos e curavam os doentes consoantes os métodos indicados nesses livros. As disciplinas que se ensinavam nas universidades de medicina eram filosofia e lógica em vez de anatomia, química. 
Depois da II Guerra Mundial houve uma difusão dos fármacos sintéticos, representada pelo avanço dos antibióticos e da vacinação em massa, causando a ilusão de que a tecnologia moderna havia vencido a guerra contra a doença e terapias naturais perderam o prestígio e a credibilidade (FARIA 1998). 
  • Atualmente, no fim do século do XX e o início do século XXI, foram marcados pelo grande avanço na ciência e da tecnologia e pelos impactos que estas causaram na medicina. No entanto, apesar de todo esse desenvolvimento, em diversos casos a medicina ainda se mostra incapaz de resolver os problemas de saúde. 
Apesar de altas tecnologias terem sido incorporadas aos sistemas de diagnósticos e terapias, pesquisas mostram que cresce a insatisfação das pessoas com os custos dos tratamentos, com a frieza do atendimento médico, além da suspeita sobre a eficácia de alguns procedimentos médicos. A queixa geral das pessoas é o distanciamento entre o médico e o paciente (FIGUEIREDO et al., 2003).
  • Desde 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito medicinal, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza estas plantas ou preparações destas no que se refere à atenção primária de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo (BRASIL, 2009). 
Considerando os preceitos da Organização Mundial de Saúde (OMS), onde saúde é, "Um estado Completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença". O Ministério da Saúde organizou o Primeiro Encontro Nacional de Assistência Farmacêutica, em outubro de 2003 onde foi discutida a implantação do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no SUS (BRASIL, 2009). 
  • A Lei Orgânica de Saúde (Lei 8080/90), que dispõe sobre a política de saúde no país remete à necessidade da implantação de uma Política Nacional de Medicamentos, centrada nas ações de Assistência Farmacêutica integral, como uma das condições estratégicas para a efetiva implantação no SUS. A Política Nacional de Medicamentos, como parte essencial da Política Nacional de Saúde, no âmbito de suas diretrizes para o desenvolvimento (BRASIL, 2004). 
Os remédios farmacêuticos ainda são recomendados, porém, "deverá ser continuado e expandido o apoio às pesquisas que visem o aproveitamento do potencial terapêutico da flora e fauna nacionais, enfatizando a certificação de suas propriedades medicamentosas". Diante disso, a Gerência Técnica de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Políticas da Saúde constituiu um Grupo de Estudo de Fitoterápicos para elaboração da "Proposta de Política Nacional de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos", que objetiva garantir acesso e uso racional das plantas medicinais e dos medicamentos fitoterápicos, com segurança, eficácia e qualidade, contribuindo ao desenvolvimento deste setor no país (BRASIL, 2009).
  • Em contrapartida e também, em apoio a essa forma alternativa de tratamento, o conhecimento popular contribui e deixa em desconfiança tal tratamento. Essas dúvidas são geradas devido a falta de conhecimento dos próprios "benzedeiros". Em resposta à entrevista, feita pelo grupo, de como conhece as classificações das ervas e de que como aprendeu, Dona Castorina responde que "foi um dom de Deus" e que são "plantas que Deus deixou isso aí vem do fundo da terra, não leva mistura de nada e vem com toda sustância (vigor físico)". 
Quebra-pedra, guaraná e espinheira-santa são exemplos de plantas popularmente conhecidas e utilizadas no Amapá para fins terapêuticos, existem "tantas plantas com qualidade curativas que sobre elas já se escrevem verdadeiros tratados (BIAZZE, 2001, p.166)", mas infelizmente, por não possuirmos uma política adequada na área de registro de produtos obtidos de plantas medicinais, fica em dúvida sua efetividade. 
  • A necessidade exige e a ciência busca a unificação do progresso com aquilo que a natureza oferece, respeitando a cultura do povo em torno do uso de produtos ou ervas medicinais para curar os males (ACCORSI, 2000). As plantas medicinais sempre foram utilizadas, sendo no passado o principal meio terapêutico conhecido para tratamento da população. A partir do conhecimento e uso popular, foram descobertos alguns medicamentos utilizados na medicina tradicional, entre eles estão os terapêuticos (uso popular) e fitoterápicos (manipulados) (BOTSARIS, 1999).
Dessa forma através da etnobotânica que se busca o conhecimento e o resgate do saber botânico tradicional, particularmente relacionado ao uso dos recursos da flora (ALMEIDA, 1993), 
  • Estas exigências podem ser encaradas como respostas às questões lançadas pela medicina comum, onde o campo do conhecimento seja popular ou científica da etnobotânica deveria abordar, entre outros aspectos, a forma como o homem acumula e transmite o conhecimento sobre o ambiente, a geração em que tecnologias para utilizar os recursos naturais (seleção e domesticação de espécies vegetais, produção de medicamentos) e o impacto desta mesma tecnologia sobre a relação homem-planta.
Observa-se que atualmente as plantas medicinais têm sido revalorizadas, por  diversas razões, uma em relevância neste trabalho, é a acessibilidade da população
  • A verônica (Dalbergia subcymosa) é uma planta medicinal nativa do Brasil, Guiana Francesa, Guiana e Venezuela. Está também distribuída no Peru e Suriname. Pertence à família Dalbergiae.
“Arbusto escandente com folhas com estípulas pilosas, geralmente com 11 ou menos folíolos ovalados ou elípticos, ápice agudo ou ligeiramente acuminado, base arredondada, com 3–4 cm de comprimento e 1-1,5 cm de largura. Inflorescência racemosas multifloras com cálice campanulado, lacínios denteados, um dentículo maior com 2 cm de comprimento, pétalas clavadas com cerca de 6 mm de comprimento, pétalas clavadas com cerca de 6 mm de comprimento, 9 estames concrescidos pelos filetes; ovário longamente estipitado, glabro. Fruto samaroide muito achatado, arredondado, com cerca de 2,5 cm de diâmetro, semente reniforme situada perto do bordo” (Berg, 1978).
  • D. subcymosa ocorre nas Guianas, Suriname (Roosmalen, 1985) e no Brasil. No Pará é encontrada em: Peixe Boi, Rio Mojú e regiões do Médio Xingu e Tapajós; no Amazonas: em Parintins, além do Peru Amazônico (Ducke, 1949). Silva et al. (1989) mencionam sua ocorrência no Amazonas e no Amapá. 
Segundo a Resolução RDC nº 10 (2010), planta medicinal é uma espécie vegetal utilizada com propósitos terapêuticos. Caso tenha sofrido algum processo de estabilização ou de secagem, esta passa a ser chamada de droga vegetal, podendo ser encontrada íntegra, rasurada ou triturada. Droga, por definição, pode ser entendida como substância ou matéria prima que tem finalidade medicamentosa ou sanitária (BRASIL, 2010; BRASIL, 1973)

Habitat:
  • Habita capoeiras velhas e matas de terra firme (Revilla, 2002), exclusivamente terra firme argilosa (Ducke, 1925). De acordo com Carvalho (1990), as espécies do gênero Dalbergia com hábito arbustivo escandente são comumente encontradas nas vegetações ripárias da região amazônica. 
No habitat de Dalbergia raramente ou nunca são encontradas plântulas de em formação, devido à ocorrência do coelho do mato, o qual é ávido pelas plântulas. Tal coelho é chamado de tapati, um grande inimigo natural na fase inicial da vida do vegetal (Duarte, 1978). 
  • Quanto à dispersão, o transporte dos frutos de Dalbergia pelo vento tem sido constatado na maioria das espécies (Lima, 1986).

Dalbergia subcymosa - Verônica

Propriedades Químicas:
  • O gênero Dalbergia pertence à família Fabaceae, embora também existam correntes que a classifiquem como subfamília Papilionoideae (Faboideae) da família Leguminosae (DI STASI et al. 2002). 
Estas espécies caracterizam-se como árvores, arbustos e trepadeiras lenhosas amplamente distribuídas em regiões tropicais e subtropicais. O gênero consiste de 300 espécies sendo aproximadamente 39 destas de ocorrência no Brasil (CARVALHO, 1997; VASUDEVA et al., 2009). 
  • Muitas espécies do gênero Dalbergia possuem sua madeira valorizada por ser decorativa e perfumada, rica muitas vezes em óleos essenciais. Possuem ampla aplicação tradicional, sendo utilizada na medicina popular como analgésica, antiinflamatória, antimicrobiana, antidiarreica, antihelmíntica, antiulcerogênica entre outras (VASUDEVA et al., 2009)
Apesar da grande variedade de espécies conhecidas e da sua ampla aplicação na medicina popular, um número significante de espécies do gênero Dalbergia vêm sendo estudadas quanto à avaliação de suas atividades antibacteriana e antifúngica. Destas, destacam-se Dalbergia paniculata, D. parviflora, D. melanoxylon, D. pseudo-sisso, D. sissoo, D. horrida, D. saxatilis, D. oliveri e D. subcymosa
  • O óleo da semente de D. paniculata foi avaliado frente às bactérias S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e frente aos fungos Curvularia lunata, Helminthosporium oryzae e Fusarium solani e nenhuma atividade foi verificada (RAMACHANDRAIAH, 1991). 
Brijesh e colaboradores (2006) avaliaram a atividade do extrato aquoso das folhas secas de D. sissoo preparado por decocção, frente a bactérias capazes de causar infecções diarreicas (E. coli, Vibrio cholerae, Shigella flexneri e Campylobacter jejuni, todas obtidas de isolados clínicos). 
  • Os autores verificaram que o extrato não apresentou atividade antibacteriana, embora atividade antidiarreica tenha sido detectada, pois o extrato atuou na virulência de bactérias reduzindo a produção de enterotoxinas, a aderência e, por conseqüência, a invasão bacteriana. 
O extrato enriquecido com quatro isoflavonóides das raízes de D. horrida Dennst, foi avaliado através do método de difusão em disco frente a B. subtilis, S. aureus, E. coli e P. aeruginosa obtidos de isolados clínicos. O extrato apresentou fraca atividade frente a B. subtilis e nenhuma atividade frente às outras cepas testadas (NARAYANAN et al., 2007).

Propriedades Medicinais:
Benefícios da planta verônica:
  • A verônica é uma planta que pode ser usada internamente em forma de chá ou externamente em forma de compressas e banhos medicinais. 
A erva verônica usada popularmente para o combate à anemia ferropriva, doença em que há carência de ferro e este não pode participar da formação da hemoglobina (que transporta oxigênio pelo sangue). A anemia ferropriva é muito comum na região amazônica e o chá da planta é largamente utilizado por conter grande quantidade de ferro solúvel em sua composição.
Por ser potente anti-inflamatório, a verônica auxilia no tratamento de inflamações do útero, podendo ser ingerida em forma de chá, utilizando-se de sua entrecasca. Popularmente, o chá da verônica, misturado a outras ervas, é utilizado para ‘banhos de assento’ para combater afecções genitais nas mulheres, assim como diminuir a sensação de dor. 
  • Houve relatos de que a planta era teratogênica, causando danos aos fetos em decorrência da ingestão do chá por mulheres gestantes, porem estudos recentes em ratas grávidas comprovaram que seu uso é seguro e não afeta o desenvolvimento pré-natal. 
Neste estudo, foi avaliado os possíveis efeitos de feto-toxicidade e distúrbios do desenvolvimento pós-natal das crias em ratos fêmeas entre os dias sexto e décimo quinta dia de gravidez, tratados por meio da decocção (40 mg) ou em 500 ml de água destilada (quantidade por rato), via intubação gástrica. 
  • Estudos maternos, fetais e neonatais sugeriram a ausência de fetotoxicidade no embrião e nenhuma perturbação de desenvolvimento pós-natal das crias, indicando que a bebida à base de verônica pode ser segura para uso humano como um anti-inflamatório¹.
De maneira geral, Berg (1978) cita que o uso medicinal popular da espécie é também empregado como tônico no tratamento de inflamações diversas e bronquites, a partir da entrecasca do caule na forma de chá, banhos e lavagens uterinas. 
  • Lê Cointe (1947) também afirma que o chá da entrecasca é empregado, contra bronquites, em banhos como tônico e Revilla (2002) que o mesmo é tido para tratar bronquites. Tenório et al. (1991) acrescentam o valor terapêutico da entrecasca, usada externamente na composição de lavagens ou clisters para problemas vaginais e uterinos. Internamente o chá por decocção é antianêmico e cicatrizante. 
Vieira (1991) destaca o uso da casca e entrecasca para tratar inflamações uterinas, anemia e úlceras. Para a lavagem uterina, na forma de banhos, deve-se colocar para ferver 20 g de casca em meio litro de água, lavando-se, então, as partes inflamadas. Da mesma forma, procede-se com a infusão por algumas horas, de 20g de casca de verônica. 
  • Em casos de irritação da uretra, devem-se colocar algumas folhas de pariri, casca de verônica, casca de sucuba e uma “batata” de marupazinho, em um litro de água e ferver por alguns minutos. Em seguida, deixar esfriar, coar e beber uma xícara duas vezes ao dia (Vieira, 1991). 
Contra a anemia, pode ser realizada a infusão de 10 g a 15 g de casca em um litro de água fria, deixando-se em repouso por algumas horas e se tomando o líquido durante o dia. No chá contra a palidez, o pau da verônica é raspado e colocado em um litro de água, acrescentando-se várias folhas de abacate e de pariri. 
  • Tudo é colocado em uma vasilha e levado ao fogo, fervendo-se bastante. Em seguida, o chá é retirado do fogo, coado, acrescido de açúcar e levado novamente ao fogo para apurar (reduzir de volume). Finalmente, isto é deixado no sereno por três dias e tomado na porção de um cálice antes do banho, ou antes, das principais refeições (Vieira, 1991). 
Com o objetivo de avaliar um possível efeito de fetotoxicidade embrionária e distúrbios do desenvolvimento pós-natal de filhotes de ratos a partir da decocção da casca do caule de D. subcymosa, Peters & Guerra (1995) trataram fêmeas no sexto e décimo quinto dia de prenhez, com a decocção (40 mg/rato) ou com água destilada (0,5 ml/rato), através de entubação gástrica. Seguindo com as análises, metade dos ratos foi morta e a outra metade foi deixada viva. 
  • Sugeriu-se com os estudos posteriores maternais, fetais e com recém-nascidos uma ausência de fetotoxicidade embrionária e nenhum distúrbio do desenvolvimento pós-natal dos filhotes, indicando que o líquido (decocção) pode ser seguro para o uso humano como anti-inflamatório. 
Contraindicações e efeitos colaterais:
Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.
  • O Brasil possui a maior diversidade biológica do mundo, contendo mais de 20% do total de espécies conhecidas. Essa grande variedade vem sendo bastante explorada pela população com a finalidade de tratar as enfermidades com os seus fitoterápicos disponíveis. 
As potencialidades do uso das plantas encontram-se longe de estar esgotada. Deve-se considerar também a grande diversidade cultural e étnica, que resultou em um acúmulo considerável de conhecimento e tecnologias tradicionais (SOUZA et al, 2010; SILVA & FERNANDES JUNIOR, 2010)
  • Houve relatos de que a planta era teratogênica, causando danos aos fetos em decorrência da ingestão do chá por mulheres gestantes, porem estudos recentes em ratas grávidas comprovaram que seu uso é seguro e não afeta o desenvolvimento pré-natal. 
Neste estudo, foi avaliado os possíveis efeitos de feto-toxicidade e distúrbios do desenvolvimento pós-natal das crias em ratos fêmeas entre os dias sexto e décimo quinta dia de gravidez, tratados por meio da decocção (40 mg) ou em 500 ml de água destilada (quantidade por rato), via intubação gástrica. 
  • Estudos maternos, fetais e neonatais sugeriram a ausência de fetotoxicidade no embrião e nenhuma perturbação de desenvolvimento pós-natal das crias, indicando que a bebida à base de verônica pode ser segura para uso humano como um anti-inflamatório.
Outros usos:
  • O uso de corantes naturais para tingimentos na moda mostrou-se uma alternativa eficaz para ligar a indústria têxtil à sustentabilidade. Mais que isso, os corantes provenientes de espécies de origem amazônica movimentam a economia e o mercado de trabalho daquela região. 
A pesquisa conduzida na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) por Janice Accioli Ramos Rodrigues buscou testar a eficiência de formas de pigmentação com fórmulas menos agressivas para a aplicação em artigos do vestuário de moda, tentando minimizar os impactos ambientais causados pela indústria têxtil, que é considerada uma das maiores poluidoras do meio ambiente. A dissertação de mestrado Uso de corantes de origem natural para o tingimento de artigos têxteis de moda foi orientada pelo professor Mauricio de Campos Araujo.
  • As espécies utilizadas na pesquisa foram: açaí (Euterpe oleracea), andiroba (Carapa guianensis Aubl.), jenipapo (Genipa americana L.), mamorana (Pachira aquatica Aubl.), urucum (Bixa orellana L.) e cipó- verônica (Dalbergia subcymosa Ducke). 
Os extratos foram preparados e, após processos químicos, foram testados em tecidos. “Foram feitos testes em tecidos planos PT com ligamento sarja, de algodão 100% fornecido pela empresa Cedro Têxtil, e em um segundo momento tecido meia-malha composto por 98% algodão e 2% elastano, fornecido pela empresa Rosset Têxtil, alvejado e purgado pela Donacor Lavanderia, para comparar-se tal afinidade”, relata Janice. “Deu-se preferência às fibras com algodão pela sua origem vegetal.”

Contraindicações e efeitos colaterais:
  • Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

Dalbergia subcymosa - Verônica