quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O Tijolo Ecológico - Solo Cimento

Casa construída com tijolo solo-cimento ( Tijolo ecológico)

  • O solo cimento é uma mistura composta por terra, cimento e água .É utilizada na construção de casas populares. A terra ideal para a mistura deve ser arenosa contendo entre 70% a 80% de areia.Solo-cimento é o material obtido pela mistura de solo, cimento e água. O tijolo deste material é feito pela prensa, manual ou automatizada, dessa mistura. 
Após a prensa ele passa pela cura e secagem, não sendo necessária sua queima. O tijolo de solo-cimento também é conhecido como tijolo modular ou ecológico. Ecológico pela expressiva redução do consumo de energia, já que não é necessária a queima do tijolo.
  • Além disso, esse sistema de fabricação é muitas vezes viabilizado para programas habitacionais ou mutirões, como por administração direta. Fato que demonstra a transferência de tecnologia pela fácil assimilação dos operários, dos equipamento e também da mão-de-obra já familiarizada com o sistema construtivo de alvenaria. 
O solo-cimento vem sendo aplicado ainda em: fundações, pisos, passeios, muros de contenção, barragens e blocos prensados.
  • Mistura solo-cimento: A melhor opção e de solo arenoso com 70/80% de areia + 30/20% de solo argiloso ou 30/20 % deste solo, misturado em 70% de areia, e qualquer uma das misturas de 12 a 15% de cimento.
Preparo do solo-cimento: A mistura é semelhante a que se faz outras argamassas. O homogeneização é feita com peneira de malha ABNT de 4,8 mm, do solo e/ou da areia e do cimento, para tirar impurezas e torrões, que poderão ser quebrados e aproveitados. Em seguida aplica-se água em pequena quantidade, de preferencia com o uso de regador com pequeno chuveiro, evitando-se a concentração em determinado ponto.
  • Para construção de barragens e muros de contenções, a forma mais indicada é o uso do produto dentro de sacos, que deverão serem molhados apenas depois de empilhados de forma que fiquem travados.
Para grandes obras recomenda-se fazer analise do solo em laboratório, para determinação das misturas adequadas evitando-se desperdício, ou mesmo, a geração de um produto final de baixa qualidade.

O bloco de terra comprimida:
  • O bloco de terra comprimida (BTC) ou mais conhecido como tijolo ecológico é um tijolo composto por solo (areia argilosa), água, um pouco de cimento e comprimido em prensas mecânicas. Similar ao adobe, diferencia-se pela forma de produção e composição.
Os tijolos de solo-cimento em geral não requerem massa de assentamento, consomem menos ferro e concreto nas vergas, cintas e grautes e dispensam o uso de madeira, estribos e arame para construção de vigas e pilares para apoio da laje.
  • Uma das tecnologias construtivas ecológicas mais difundidas no Brasil, o BTC também é conhecido como tijolo ecológico, devido ao reduzido uso de cimento e por dispensar a queima de tijolos.

O Tijolo Ecológico

O Solo:
  • Se tomarmos exclusivamente a finalidade a ser dada neste estudo, o solo pode ser definido como um material não consolidado da camada superficial da terra, facilmente desagregável, contendo minerais diversos sob as formas de areia (pequenas partículas bem resistentes, duras); de silte (partículas mais finas que a areia, geralmente sedimentadas sob a forma de camadas pulverizadas); e de argilas (silicatos hidratados de alumínio, e que constitui o barro) (CEBRACE, 1981). 
Os solos existentes podem ou não apresentar material orgânico conforme a sua origem e formação; porém, para a aplicação na mistura solo-cimento deve-se dar preferência àqueles em cuja composição tal matéria seja ausente. Em algumas publicações, conforme a região, os solos recebem o nome de terra ou terra crua de forma equivocada, uma vez que o termo técnico correto para referenciar tal matéria-prima é solo. 

A escolha do solo:
  • Apesar da grande diversidade de solos existentes, não é qualquer tipo que pode ser usado em construções com solo-cimento. Por este motivo, é importante fazer a escolha correta quanto à granulometria do tipo de solo a ser usado. É necessário que o solo apresente algumas características básicas, por exemplo, ser facilmente desagregável e que o mesmo mantenha uma proporção de tamanho entre os grãos. 
Solos compostos preponderantemente por frações de argila ou silte não são aconselháveis. Apesar de a fração argila ser um componente importante devido às suas propriedades aglomerantes - apresenta uma resistência inicial do material e uma melhoria em sua trabalhabilidade – a mesma pode sofrer fissuras, trincas ou rachaduras depois de seca, em conseqüência da retração, bem como redução de sua resistência. 
  • Na fração arenosa encontramos uma distribuição granulométrica mais adequada que proporciona uma alta densidade na prensagem da mistura, responsável pelas propriedades mecânicas do tijolo e pela redução ou não do teor de cimento (SUPERTOR, 198-). 
A areia caracteriza-se por sua boa resistência e, por ser um material inerte, contribui para uma maior estabilidade e resistência finais. Entretanto, os solos com grande predominância de areia exigem mais tempo de espera para que adquiram suficiente resistência e possam suportar bem a compactação de outra camada de solo-cimento. A composição areia e silte melhora a resistência inicial (CEBRACE, 1981).
  • Segundo Supertor (198-), independente do tipo, o solo deve ser isento de matéria orgânica tal como glicose, lignina e ácido único, pois interferem na reação de pega do cimento inibindo-a. Estudos desenvolvidos pelo CEPED (1999), na Bahia, mostraram que os solos mais indicados são aqueles que apresentam as seguintes especificações básicas: teor de areia entre 45 e 90%; teor de silte + argila entre 10 e 55%; teor de argila menor que 20% e limite de liquidez - menor que 45%. 
A escolha do solo pode ser realizada no próprio canteiro de obra por ensaios simples, práticos, baseados na consistência e plasticidade de amostras (CEBRACE, 1981). 

Caracterização do solo:
  • Para o conhecimento das propriedades de um determinado solo é necessária a execução de ensaios de caracterização. Tais ensaios são padronizados por normas brasileiras e estrangeiras, sendo executados em laboratório. 
Porém, muitas vezes a escolha do solo é feita no próprio canteiro da obra através de ensaios expeditos baseados na consistência e plasticidade das amostras. 

Vantagens da utilização do solo-cimento:
  • Os materiais são de fácil obtenção, o sistema construtivo é simples, e o investimento em equipamentos é mínimo (CEPED, 1985). 
A mistura solo-cimento, de baixo custo e fácil execução oferece resistência e durabilidade tais que permitem seu emprego nas fundações e paredes de edificações simples, quer sob a forma de blocos prensados (tijolos), quer constituindo painéis inteiriços, construídos por processo manual, mediante compactação (CEBRACE, 1981). 
  • Disponibilidade de solo propiciando o uso intensivo de recursos materiais locais – O solo a ser utilizado geralmente está disponível no local da obra ou próximo a ela, dispensando transporte e a utilização de equipamentos sofisticados, o que torna o custo da escavação baixo. Caso o solo não se enquadre no projeto, são permitidas correções na sua granulometria; 
Tecnologia simples, de fácil assimilação do processo construtivo, não necessitando por isso, de mão de obra especializada. Podem ser adotados sistemas familiares e comunitários. Essa favorece ainda a formação de cooperativas, possibilitando assim uma independência cultural, econômica e energética. 
  • Apresenta boas condições de conforto térmico e acústico, comparáveis às das construções em alvenaria de tijolos cerâmicos. O desempenho climático apresenta-se favorável para a grande maioria das regiões do planeta. As construções com solo-cimento são muito confortáveis pois a “terra crua” é má condutora de calor. Construções em solo-cimento são também resistentes ao fogo; 
As paredes não oferecem a menor condição para instalação e proliferação de insetos nocivos à saúde levando assim a uma maior higiene do local; 
  • Grande durabilidade e manutenção reduzida pois, por apresentar elevada resistência e boa impermeabilidade, as construções com ele executadas são muito duráveis, resistindo ao longo dos anos ao desgaste e à umidade. 
Nas edificações de solo-cimento dispensa-se o uso de revestimentos tais como chapisco, emboço ou reboco. Isto é devido ao acabamento liso das paredes monolíticas ou à perfeição das faces das peças prensadas. Uma pintura simples é necessária apenas para aumentar a impermeabilidade das paredes e melhorar o aspecto visual e as condições de conforto e higiene. 
  • O consumo de energia é menor em construções com solo-cimento tanto na obtenção do material quanto na construção propriamente dita. O fato de não haver necessidade de queima na produção de tijolos reduz consideravelmente o consumo de energia, sobretudo quando são usadas prensas manuais. 
A principal desvantagem, no entanto, está na grande variedade de solos existentes o que implica na execução de ensaios para a caracterização dos solos utilizados. Tais ensaios podem ser executados em qualquer laboratório por se tratarem de ensaios simples e rotineiros. Os ensaios necessários à avaliação da mistura solo-cimento são: 
  • Granulometria, 
  • Compactação 
  • Compressão simples. 

Ele é feito de uma mistura de terra e cimento prensados. Seu processo de fabricação não exige queima em forno à lenha e, por isso, não emite poluente