segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Schinus terebinthifolius - Aroeira vermelha

Schinus terebinthifolius - Aroeira vermelha

  • A espécie Schinus terebinthifolius (Aroeira Vermelha), é uma planta arbórea, aromática, medicinal, utilizada na culinária e no paisagismo urbano sendo nativa da América Latina, abrangendo principalmente Argentina, Chile e Brasil. Devido ao seu paladar levemente apimentado e adocicado, o fruto é empregado na culinária, principalmente em pratos de origem francesa onde é chamada de “poivre rose”. É usada na medicina popular para o tratamento de inúmeros males que vão de febres a ferimentos e reumatismos. 
O óleo essêncial extraído do fruto tem ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias, fungos e vírus, além de atividade repelente. Externamente, o óleo essencial é utilizado na forma de loções, géis e sabonetes. Nas plantas aromáticas, principalmente quando propagadas por semente, é comum a variabilidade química do óleo essencial em função da diversidade genética das populações. Para a utilização em escala industrial é importante a seleção do quimiotipo de interesse. Neste sentido objetivou-se no trabalho avaliar o teor e a composição química do óleo de populações de aroeira coletadas em Montenegro-RS e Caxias do Sul-RS. Foram coletados frutos de plantas individuais no mês de junho de 2011. 
  • Os frutos foram triturados mecanicamente e uma amostra de 40 gramas foi extraída pelo método de hidrodestilação em equipamento clevenger por uma hora. As análises químicas foram realizadas em cromatografia gasosa (CG) e detector seletivo de massas (CG/MS). Observo-se grande variabilidade em termos de teor de óleo e composição química entre as populações.
A aroeira (Schinus terebinthifolius) é uma planta medicinal também conhecida como aroeira-mansa, aroeira-brasileira, aroeira-vermelha, árvore-de-aroeira, cabuí, cambuí, fruto-de-sabiá, aguaraíba, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-pimenteira, corneíba, aroeira-do-Paraná, aroeira-do-sertão, pimenta-rosa, dentre outros nomes populares. Pertence à família Anacardiaceae. 
  • A aroeira é uma árvore que corre risco de extinção, apesar de suas muitas propriedades e de ser usada há tanto tempo, desde que sua madeira foi considerada uma das mais resistentes, passou a ser explorada para a construção de casas e móveis ou para outros usos, como externos. Sendo muito utilizada em moirões, postes, vigas, etc. Os cientistas vem unindo esforços para manter viva esta espécie que já foi abundante no semiárido brasileiro, por isso, investem em muitas pesquisas e descobriram, por exemplo, que o princípio ativo encontrado na entrecasca da árvore é o mesmo e com a mesma concentração do que o que se encontra no broto! Sendo um poder adstringente e antiinflamatório muito grande.
A aroeira de nome popular é nativa da Argentina, Paraguai e Brasil e inclui os sinônimos botânicos Schinus mucronulata, Schinus weinmanniifolius, Schinus riedeliana, Schinus selloana, Schinus damaziana, Schinus raddiana, Schinus aroeira. A aroeira é uma árvore de pequeno a médio porte, com frutos e flores. É largamente utilizada no paisagismo e como cerca-viva. Seu fruto é a pimenta-rosa, popular na França, onde é utilizada como ornamentação e tempero na culinária. 
  • No Brasil registra-se ainda seu uso nos candomblés como balsâmico devido a seu poder aromatizante e pelos indígenas como droga no tratamento do “sapinho” e dores de dente. Atualmente, é uma das 71 plantas medicinais listadas pelo Ministério da Saúde como de interesse ao SUS (RENISUS), autorizadas pelo Ministério da Saúde para serem receitadas e distribuídas, e o uso recomendado é contra ferimentos e úlceras. Em relatos datados por volta do ano de 1600, a planta era utilizada como odorífero por causa de sua resina, e de seu óleo, obtido da destilação de suas folhas frescas, que também servia para afastar moscas domésticas.
Composição Química:
Princípios ativos: 
  • Óleo essencial: rico em mono e sesquiterpenos. Taninos, Resinas, Alcalóides, Flavonóides, Saponinas esteroidais, Esteróides, Triterpenos, cis-sabinol, p-cimeno, limoneno, simiarinol, alfa e beta pineno, delta-caroteno, alfa e beta felandeno, terechutona.
O óleo essencial:
  • Schinus terebinthifolia é uma árvore da família Anacardiaceae, de ocorrência na Mata Atlântica, popularmente conhecida como aroeira vermelha. Os óleos essenciais da aroeira vermelha apresentam atividade bactericida contra Psudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Seus óleos essenciais são ricos em mono e sesquiterpenos. 
Variações das condições ambientais, fatores genéticos e estágio fisiológico da planta podem alterar os perfis da composição química de metabólitos secundários. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a composição química do óleo essencial extraído das folhas de S. terebinthifolia, coletadas em duas localidades do estado de São Paulo. As folhas dos dois acessos foram coletadas em junho de 2007 nos municípios de Campinas e Bragança Paulista e a extração do óleo essencial (folhas frescas) realizada através de hidrodestilação, em aparelho tipo Clevenger, por duas horas. As análises da composição química foram conduzidas em CG-EM nas seguintes condições: injetor a 240 0C, detector a 230 0 C, hélio 1mL/min, programa: 600 C - 2400 C, 3 0C/min. 
  • As substâncias foram identificadas por meio da comparação dos espectros de massas das substâncias com o banco de dados do CG-EM (Nist. 62 Library), literatura e índice de retenção de Kovats. Os óleos essenciais apresentaram divergências na proporção relativa das substâncias, destacando-se como mais abundantes o α−pineno (31,78 e 41,84%), β-pineno (9,81 e 12,22%), limoneno (5,73 e 2,86%), trans-cariofileno (11,10 e 10,42%), germacreno ,D (20,53 e 9,39%) e biciclogermagreno (5,56 e 5,73%), para os acessos de Bragança Paulista e Campinas, respectivamente. O acesso de S. terebinthifolia coletado em Bragança Paulista apresentou maior porcentagem relativa para o germacreno D (20,53%) e menor para o α−pineno (31,78%) quando comparado com o acesso de Campinas. As diferenças observadas podem estar relacionadas à divergência genética entre os acessos, às condições edafoclimáticas das regiões de origem e estágio fisiológico das plantas (acesso de Bragança Paulista: reprodutivo; acesso de Campinas: vegetativo).
Analises Fitoquímica: 
  • Foi detectado em analises fitoquímica alto teor de tanino, biflavonoides e ácidos triterpenicos na casca e de 5% de óleo essencial formado por mono e sequiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificado pequena quantidade de alquil-fenois, substancia causadora de dermatite alérgica em pessoas sensíveis.A casca é muito rica em tanantes, e pode produzir tinta para tecidos ou tanino para a curtição de couro e fortalecimento de redes de pesca. 
Da casca extrai-se o mástique, que é uma resina terebintácea aromática. Da casca também pode-se extrair um óleo volátil, de comprovada propriedade inseticida contra a Musca domestica (Mosca doméstica).

Schinus terebinthifolius - Aroeira vermelha

Usos Medicinais:
  • As partes da aroeira utilizadas são suas folhas e frutos em forma de óleos essenciais ou extratos. Suas cascas e folhas secas podem ser usadas em forma de chás, fervidas em água por 10 minutos. Pode inclusive ser colocado em geladeira para consumo posterior. O chá de aroeira pode ser utilizado como antisséptico em feridas expostas, sendo que seu óleo essencial tem ação antimicrobiana contra um amplo espectro de bactérias, fungos e vírus (não só patógenos ao homem como também a outros vegetais) 
O chá de aroeira é indicado para distúrbios respiratórios, dentre outras condições de saúde. Para uso tópico, o óleo da planta é eficaz contra micoses, candidíases e outras infecções vulvovaginais. Além disso, possui ação regeneradora dos tecidos, sendo útil em escaras, queimaduras e problemas de pele em geral por ajudar na cicatrização. Pode ser incorporado em loções, géis ou sabonetes.
  • Para o uso em banhos, as cascas da aroeira podem ser fervidas em água para aliviar sintomas de reumatismo. Como compressas intravaginais, o extrato aquoso das cascas de aroeira na concentração de 10% promove a cura de cervicite e cervicovaginites em cerca de 3 semanas. Para gargarejos e bochechos no caso de dores de gargante e gengivites, deve-se cozinhar em 1 litro de água, 100g da entrecasca limpa e seca. Nos casos de azia, úlcera e gastrite, utilizar os frutos cozidos por 2 vezes, cada vez com meio litro de água e beber em doses de 30 ml, duas vezes ao dia. O uso medicinal das preparações de aroeira deve ser feito com cautela pois há possibilidade do desencadeamento de reações alérgicas na pele e mucosas devido à sua seiva irritante. 
Há patentes no exterior de produtos à base de óleo essencial de aroeira brasileira, como medicamentos tópicos de ação bactericida utilizado contra Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus e para limpeza de pele e de ação contra a acne.

Indicações:
  • Nos casos de atonia muscular, 
  • Distensão dos tendões, 
  • Artrite, 
  • Fraqueza dos órgãos digestivos, 
  • Tumores. 
  • Usada comumente em massagens para combater afecções reumáticas e tumores linfáticos; 
  • As folhas tem propriedades balsâmicas e são usadas para curar úlceras. 
  • Já as cascas tem efeitos adstringentes e são usadas contra as hemoptises e a diarreia, quando se usam 100 gramas para 1 litro de água. Pode-se adoçar com açúcar. Tomam-se 3 a 4 colheres de sopa ao dia. 
  • Usada também contra a ciática, a gota e o reumatismo
Contraindicações:
  • O pólen abundante da planta pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis.
Schinus terebinthifolius - Aroeira vermelha